segunda-feira, 26 de abril de 2010

O direito à cidade e a moradia com Solidariedade e Respeito.

Os moradores de favelas de Niterói, foram duramente atingidos por uma tragédia de grandes dimensões. Essa tragédia, mais do que resultado das chuvas, foi causada pela omissão do poder público. A prefeitura de Niterói investe em obras milionárias para enfeitar a cidade e não faz as obras de infra-estrutura que poderiam salvar vidas. As comunidades de Niterói estão abandonadas à sua própria sorte.
Enquanto isso, com a conivência do poder público, a especulação imobiliária depreda o meio ambiente, ocupa o solo urbano de modo desordenado e submete toda a população à sua ganância.
E, em quanto ainda escavam a terra com as mãos para retirarem os corpos das dezenas de mortos nos deslizamentos, ouvimos o prefeito Jorge Roberto Silveira, o secretário de obras Mocarzel, o governador Sérgio Cabral colocarem nas costas dos moradores da região, a culpa pela tragédia, conforme sua fala no noticiário da Rede Globo dia 05 de Abril as 20 horas. Todos devem estar indignados, revoltados e recusando se a essa culpa. Essa dor está sendo usada para legitimar os projetos de remoção e retirar o direito à cidade.
Os favelados fazem parte da cidade que construíram com suas mãos e seu suor. Não podem ser culpados por sofrerem com décadas de abandono, por serem vítimas da brutal desigualdade social brasileira e de um modelo urbano excludente. Os que os culpam, justamente no momento em que mais precisam de apoio e solidariedade, jamais souberam o que é perder sua casa, seus pertences, sua vida e sua história em situações como a que vivem agora os moradores do Morro.
A indignação é ainda maior que a tristeza e, em respeito à dor, exigam o retratamento imediato das autoridades públicas.
Ao invés de declararem como culpados a chuva ou os mortos, apresentem o compromisso com políticas públicas que o respeitem como cidadãos e seres humanos.

Estella Maris da Silveira Dutra
Acadêmica de Ciência Política
Ulbra - Canoas/RS
Postado por Ruthe Costa às 16:26

Um comentário:

  1. Áreas impróprias para habitar

    Direito a moradia e a segurança social nos remete a uma grande e dramática polêmica. Devido estarem sempre como atores principais, seres humanos não preparados para construir um padrão econômico, que lher permita ter uma vida digna.
    Pois construir um nível social e econômico implica em preparar o cidadão para competir com seus pares em igualdade, para obter os recursos necessários para prover suas necessidades básicas, o que certamente não promoveria a criação de pólos miséria que proliferam nas favelas, sem o mínimo controle público.
    Assim promover políticas educacionais e profissionalizantes, junto com o controle familiar, certamente mudaria o foco degradante que rege as favelas no país.

    Alunos José Irineu e Júlio Cezar.

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